- Artigo
- Fonte: Campus Sanofi
- 17 de jun. de 2024
O impacto das exacerbações na DPOC
Foi demonstrado que o risco de exacerbação da DPOC aumenta após cada exacerbação.2,a
O risco de exacerbação aumenta após cada exacerbação 1
*Exacerbações graves foram definidas como aquelas que resultaram em hospitalização com diagnóstico de alta primária de DPOC 2
Apesar da terapia inalatória tripla, o padrão atual de tratamento, muitos pacientes permanecem sintomáticos, conforme definido por sintomas persistentes e exacerbações.c
Ouça o Prof. Nicola Hanania: "A prevenção de exacerbações é o objetivo principal"
2:07 minutos
Nicola Hanania é professor de medicina, chefe da seção de cuidados intensivos pulmonares e medicina do sono no Hospital Ben Taub em Houston, Texas, e diretor do Airways Clinical Research Center, ACRC, no Bear Colege of Medicine.
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Patrocinado pela Sanofi e Regeneron, em parceria com a EMJ.
Infelizmente, a DPOC é uma doença crônica, como o nome indica. Portanto, é uma doença progressiva. Embora não haja cura, podemos controlar e tratar a DPOC. Infelizmente, há vários eventos no curso da doença que a agravam, não só para o paciente, mas para o sistema de saúde: aumenta o risco de hospitalização, de mortalidade... E um deles são as exacerbações. Eu chamo isso de "ataques pulmonares". Praticamente o que acontece com as exacerbações é que estes pacientes que têm sintomas diários passam a ter mais sintomas, podem ter mais tosse, aumentando a produção de expectoração, por vezes estas exacerbações são causadas por infecções - na maioria das vezes, na verdade - e acabam por precisar de mais e mais tratamentos incluindo antibióticos, corticoides, etc. E às vezes, infelizmente, pode acabar levando o paciente ao pronto-socorro ou a hospitalizar. Infelizmente as exacerbações não se restringem apenas à sua ocorrência e ao manejo da mesma, e sim com a sua correlação com a perda progressiva de função pulmonar. Na verdade, existem bons dados que mostram que as exacerbações repetidas podem contribuir para aumentar o risco de agravamento das exacerbações posteriormente, mas pioram a função pulmonar ao longo do tempo, e não recuperam a função pulmonar, ou seja, sempre que têm uma exacerbação isso prejudica tanto a função pulmonar quanto a qualidade de vida. Existem dados robustos que mostram que exacerbações de repetição são relacionadas ao aumento de mortalidade na DPOC. É por isso que um dos principais objetivos no manejo desta doença é tentar prevenir a ocorrência desses ataques pulmonares. A prevenção de exacerbações é o objetivo principal no manejo desta doença. Naturalmente, as exacerbações tendem a ser mais frequentes nos pacientes com doença mais grave. Mas, em algumas situações, também podem ocorrer mesmo em pacientes com DPOC moderada.
As exacerbações da DPOC podem levar ao declínio acelerado da função pulmonar 3,e
-
A perda de função pulmonar quase duplicou 3
-
O declínio irreversível da função pulmonar pode ocorer após apenas uma exacerbação da DPOC 3
a Com base em dados de uma grande coorte populacional de 73.106 pacientes canadenses (idade média de 75 anos) que foram hospitalizados pela primeira vez devido a uma exacerbação grave da DPOC (1990-2005, seguidos até a morte ou 31 de março de 2007). 2
b Ajustado para idade, sexo, tempo de calendário e Chronic Disease Score modificado. 2
c Ou terapia inalatória dupla se o Cl for contraindicado. Ensaio de fase 3, randomizado, duplo-cego,15
d Ensaio de fase 3, randomizado, duplo-cego, de dias 52 semanas, que avaliou a eficácia e segurança da terapia tripla furoato de fluticasona/umeclidínio/vilanterol vs furoato de fluticasona/vilanterol ou umeclidínio/vilanterol em pacientes com idade ≥40 anos com DPOC sintomática e história de exacerbações. 2
e Declínio do VEF1 após uma única exacerbação moderada a grave. Com base numa análise retrospectiva de dados de 586 pacientes com DPOC moderada a grave. 5
aHR, razão de risco ajustada; DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica; VEF1, volume expiratório forçado no primeiro segundo; QV, qualidade de vida
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MAT-BR-2402393 - jun/24